quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Reynaldo Gianecchini - Movimento Contra O Linfoma

Gianecchini rompe o silêncio: 'Tenho um câncer raro e complicado'

Reynaldo Gianecchini, 39, falou sobre o câncer publicamente pela primeira vez, em entrevista à Associação Brasileira de Linfona e Leucemia (Abrale). O ator foi diagnosticado no começo de agosto com linfoma não-Hodkin. No vídeo, divulgado nesta quinta-feira pela entidade, ele reconhece a gravidade de seu quadro, mas se mostra otimista com o tratamento.

"É difícil saber precisamente quando começaram os sintomas. Eu nunca imaginei que pudesse ter essa doença, acho que ninguém para para pensar nisso", ele conta, no início da entrevista. "Todo ano tinha uma coisinha, comecei a desenvolver uma alergia. Eu operei de hérnia na virilha e deu uma infecção, começaram a aparecer gânglios na região do pescoço, tudo indicava que era uma virose. Mas tinha no corpo inteiro, fizemos então uma biópsia dos gânglios. Depois de um mês, veio o resultado."

Em seguida, Gianecchini comenta o tipo de seu câncer, que chama de "complicado" e "raro". "Eu tenho um linfoma que é de célula-T. Poderia ser de célula-B, que é mais simples, o meu é mais complicado, e, não bastando, é um câncer bem raro." E admite ter se assustado com o diagnóstico. "É uma doença que tem um estigma."

O ator, no entanto, se mostra otimista com a luta contra o linfoma. "Acredito que pode ser uma dádiva. Existem coisas reservadas para nós que fogem à nossa explicação, mas que lá na frente vamos entender perfeitamente e agradecer muito", ele fala, emocionado. Gianecchini diz contar com o apoio da família, que teria se unido e fortalecido com a notícia, e dos fãs.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Droga com flor do Egito antigo combate câncer em cobaias ( BBC Brasil)


Um novo remédio feito com uma flor que já tinha usos medicinais no Egito antigo pode destruir células de câncer, diz uma pesquisa realizada por cientistas britânicos.

Anticorpos atacam câncer por dentro, revela novo estudo

A nova droga produzida a partir do açafrão-do-prado (Colchicum autumnale) circula na corrente sanguínea, mas só é ativada por uma substância química emitida por tumores malignos.

Segundo o estudo, ela ataca as células cancerosas que se espalharam, mas deixa intactos os tecidos saudáveis.

O remédio foi testado com sucesso em camundongos contra câncer de mama, intestino, pulmão e próstata, mas deve ser eficiente contra qualquer tipo de tumor sólido, afirmam os pesquisadores.

Nos testes de laboratório, metade dos camundongos ficou completamente curada após uma única injeção da droga e houve redução no ritmo de crescimento dos tumores em todos os animais testados.

Os testes clínicos devem começar em até dois anos.

"INANIÇÃO"

Os pesquisadores dizem que a chave para o sucesso do tratamento é que ele é ativado por uma enzima usada pelos tumores para invadir os tecidos a seu redor.

Uma vez ativado, o remédio destrói as veias que alimentam o tumor e faz com que o câncer morra de "inanição".

"O que criamos é, efetivamente, uma 'bomba inteligente', que pode ser direcionada para matar qualquer tumor sólido, aparentemente sem danificar os tecidos saudáveis", comentou o líder da pesquisa da Universidade de Bradford, Laurence Patterson.

VENENO

O extrato do açafrão-do-prado tem um histórico de usos medicinais e também como veneno na Grécia e no Egito antigos.

Mais frequentemente, a substância colchicina, retirada da planta, é usada no tratamento de crises de gota.

Tentativas anteriores de usá-la no combate ao câncer fracassaram devido à alta toxicidade do composto, mas o problema teria sido resolvido depois que a equipe britânica conseguiu torná-la inofensiva até entrar em contato com um tumor.

A nova droga pertence à mesma família de remédios do Paclitaxel, o agente de quimioterapia mais usado no mundo, produzido a partir da casca da árvore Taxus brevifolia.

"Se [os resultados] forem confirmados em testes de laboratórios mais extensos, os remédios baseados nessa abordagem podem ser muito úteis como parte de uma combinação de tratamentos contra diversos tipos de câncer", disse Paul Workman, do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres.

Pacientes do Hospital de St. James, em Leeds, poderão ser os primeiros a testar o novo remédio dentro de 18 a 24 meses.

Fonte: Folha.com

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs: se não fosse por ele, eu não estaria aqui, agora, escrevendo nesse blog... Abaixo, o discurso do gênio, durante entrega de diploma de Stanford, 2005


Sobre a vida
“Eu trocaria toda a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates” –Newsweek, 2001

“Ser o homem mais rico do cemitério não me interessa. Ir para a cama à noite dizendo que fizemos algo maravilhoso, isso importa para mim”–The Wall Street Journal, 1993

“Você quer passar o resto de sua vida vendendo água com açúcar ou quer ter a chance de mudar o mundo?”– em entrevista a John Sculley para o livro “Odyssey: Pepsi to Apple”

“Às vezes a vida te bate com um tijolo na cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me fez continuar foi que eu amava o que eu fazia. Você precisa encontrar o que você ama. E isso vale para o seu trabalho e para seus amores.Seu trabalho irá tomar uma grande parte da sua vida e o único meio de ficar satisfeito é fazer o que você acredita ser um grande trabalho. E o único meio de se fazer um grande trabalho é amando o que você faz. Caso você ainda não tenha encontrado[ o que gosta de fazer], continue procurando. Não pare. Do mesmo modo como todos os problemas do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer relacionamento longo, só fica melhor e melhor ao longo dos anos. Por isso, continue procurando até encontrar, não pare" – discurso durante formatura em Stanford, 2005

“Você não pode conectar os pontos olhando para a frente; você só pode conectar os pontos olhando para trás. Assim, você precisa acreditar que os pontos irão se conectar de alguma maneira no futuro. Você precisa acreditar em alguma coisa – na sua coragem, no seu destino, na sua vida, no karma, em qualquer coisa. Este pensamento nunca me deixou na mão, e fez toda a diferença na minha vida.” – discurso durante formatura em Stanford, 2005

“Lembrar que eu estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que eu encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Por que quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo de se envergonhar ou de errar – isto tudo cai diante da face da morte, restando apenas o que realmente é importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira para eu saber evitar em pensar que tenho algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir o seu coração.” – discurso durante formatura em Stanford, 2005

“Isto foi o mais perto que cheguei da morte e espero que seja o mais perto que eu chegue nas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso dizer agora com mais certeza do que quando a morte era apenas um conceito intelectual: nnguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para ir para lá. Ainda, a morte é um destino que todos nós compartilhamos. Ninguém conseguiu escapar dela. E assim é como deve ser porque a morte é talvez a melhor invenção da vida. É o agente que faz a vida mudar. É eliminar o velho para dar espaço para o novo. Neste momento, o novo são vocês, mas algum dia não tão longe, vocês gradualmente serão o velho e darão espaço para o novo. Desculpa eu ser tão dramático, mas é a verdade” – discurso durante formatura em Stanford, 2005

“Seu tempo é limitado. Por isso, não perca tempo em viver a vida de outra pessoa. Não se prenda pelo dogma, que nada mais é do que viver pelos resultados das ideias de outras pessoas” – discurso durante formatura em Stanford, 2005

“Tenha vontade, tenha juventude. Eu sempre desejei isso para mim. E agora, que vocês se formam para começar algo novo, eu desejo isso para vocês” – discurso durante formatura em Stanford, 2005

Sobre tecnologia
“Eu acho que [a tecnologia] fez o mundo ficar mais próximo e continuará fazendo isso. Existem desvantagens para tudo e consequências inevitáveis para tudo. A peça mais corrosiva da tecnologia que eu já vi se chama televisão, mas novamente, a televisão, no seu melhor, é magnífica.” – Revista Rolling Stone, dezembro de 2003

“Nascemos, vivemos por um momento breve e morremos. Tem sido assim há muito tempo. A tecnologia não está mudando muito este cenário” – Revista Wired, fevereiro de 1996

“Se você é um carpinteiro e está fazendo um belo armário de gavetas, você não vai usar um pedaço de compensado na parte de trás porque as pessoas não o enxergarão, pois ele estará virado para a parede. Você sabe que está lá e, então, usará um pedaço de madeira bonito ali. Para você dormir bem à noite, a qualidade deve ser levada até o fim”— Revista Playboy, 1987

“O único problema da Microsoft é que eles não têm estilo. Eles não têm estilo nenhum. E não falo isso nas pequenas coisas, falo em tudo, no sentido de que eles não pensam em ideias originais e de que eles não levam cultura para os seus produtos – Documentário ‘Triumph of the Nerds’, 1996

Sobre o futuro
“Eu sempre estarei ligado à Apple. Espero que durante toda a minha vida o meu fio se cruze com o fio da Apple, como uma tapeçaria. Posso ficar afastado por algum tempo, mas eu sempre vou voltar.” – Revista Playboy dos Estados Unidos, fevereiro de 1985

“A principal razão para a maioria das pessoas comprarem um computador para suas casas será para se conectar a uma rede nacional de comunicações. Estamos apenas nos primeiros estágios do que será uma grande revolução para a maioria das pessoas – tão revolucionária quanto o telefone.” – Revista Playboy (edição americana), fevereiro de 1985

“A indústria do computador desktop está morta. A inovação virtualmente acabou. A Microsoft domina cada uma destas inovações. Isso acabou. A Apple perdeu. O mercado do PC desktop entrou em uma fase negra e ficará nela pelos próximos 10 anos ou até o final desta década” – Revista Wired, fevereiro de 1996

“Se eu tivesse largado esta única disciplina na faculdade [caligrafia], o Mac não teria diversas fontes e espaços proporcionais entre elas. E já que o Windows copiou o Mac, seria provável que nenhum outro computador tivesse a mesma coisa”. – discurso durante formatura em Stanford, 2005

Sobre a Apple
"Nunca tivemos vergonha de roubar grandes ideias” – Documentário ‘Triumph of the Nerds’, 1996

“Se eu estivesse liderando a Apple, eu apostaria tudo pelo Macintosh e depois me ocuparia com um próximo grande lançamento. A guerra do PC acabou, a Microsoft venceu há muito tempo” – Revista Fortune, 1996

“Estes produtos são um lixo. Não há mais sexo neles” – BusinessWeek, 1997

“Ninguém tentou nos engolir desde que eu estou aqui. Acho que eles têm medo de qual seria o nosso sabor” – reunião com acionistas, 1998

“Cara, a gente patenteou ele” (apresentando o iPhone) – Macworld, 2007

“Fizemos os botões na tela ficarem tão bons que você vai querer clicar neles” [sobre o Mac OS X] – Revista Fortune, janeiro de 2000

“Entrará para a história como uma grande mudança na indústria musical. Isso é histórico. Eu não posso subestimar isso” [sobre a loja virtual iTunes Music Store] – Revista Fortune, maio de 2003

“A cura para a Apple não está no corte de preços. A cura para a Apple está em inovar o meio de sair deste problema” – Apple Confidential: The Real Story of Apple Computer, 1999

“Eu não percebi isso na época, mas ter sido demitido da Apple foi a melhor coisa que aconteceu comigo. (...) Foi um remédio com gosto horrível, mas acho que o paciente precisava dele”.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Em trabalho de brasileiro, macaca sente 'textura' usando braço virtual Objetivo da equipe de Miguel Nicolelis é simular movimentos com precisão. No futuro, linha de pesquisa pode levar a próteses mais eficientes.

Uma macaca de laboratório, usando um braço virtual controlado pelo cérebro, é capaz não apenas de encostar em objetos, mas também de sentir aquilo que ela está tocando. O feito é fruto do trabalho do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, nos EUA, e foi apresentado nesta quarta-feira (5) na prestigiada revista científica britânica Nature.

Nicolelis já pesquisa há anos a possibilidade de usar as descargas elétricas do cérebro para mover objetos externos ao corpo. Nessa linha, já conseguiu feitos expressivos, como fazer uma macaca nos EUA comandar os movimentos de um robô que estava no Japão. Esse sistema é chamado de “interface cérebro-máquina”.

Desde então, sua equipe vem procurando fazer com que o cérebro obtenha algum retorno tátil nos movimentos com esse objeto remoto, como acontece no corpo, onde a pele manda informações de volta para o cérebro. Você encosta em algo e sabe dizer se é liso ou áspero, por exemplo. Assim, a “interface cérebro-máquina” se transformaria em “interface cérebro-máquina-cérebro”, uma via de mão dupla.

Parece coisa de ficção científica? O brasileiro concorda. “Vários filmes de ficção científica já trabalharam a ideia. Para nós, é mais lento, porque fazemos a ciência de verdade”, disse Miguel Nicolelis ao G1.

A pesquisa
Em treinamentos anteriores, os cientistas haviam ensinado macacos a operar joysticks que moviam um cursor numa tela e, quando esse cursor era posicionado na posição desejada, os animais recebiam uma dose de suco de fruta como recompensa. Enquanto isso, a frequência cerebral era medida por eletrodos colocados dentro do crânio dos animais.

Certo tempo depois, o joystick foi afastado, e os sinais enviados pelo cérebro eram usados para controlar um braço mecânico que moveria o joystick. No fim, o joystick foi retirado, e a frequência cerebral bastava para mover o cursor.

Na atual pesquisa, uma tela com três objetos visualmente idênticos foi colocada, e as macacas deveriam mover uma mão virtual por ela -- apenas pensando no movimento. Quando a mão virtual passava por esses objetos, diferentes sinais elétricos – chamados de “texturas artificiais” – eram enviados ao cérebro.

Um deles não enviava sinal nenhum; outro enviava um sinal com 400 Hz de frequência e mais nada; o terceiro enviava um sinal de 200 Hz e resultava em uma dose de suco de fruta como recompensa para a macaca.

Os animais aprenderam a diferenciar e interpretar esses sinais enviados ao cérebro e passaram a procurar – tateando com a mão virtual – pelo objeto que lhes daria a recompensa.

'Sexto sentido'
"Nós, na verdade, criamos um sexto sentido: o tato virtual", afirma Nicolelis.

Segundo ele, o mecanismo é semelhante ao tato normal, pois ativa a mesma região do cérebro -- o córtex somatossensorial --, mas não é idêntico, já que o sinal não veio de um dos membros da macaca.

"A gente não sabe, mas ele deve ter tido uma experiência tátil diferente da normal", diz o pesquisador.

De toda forma, a reação do animal ao tato artificial foi a mesma que ele apresentou ao tato normal. Antes dos testes com o braço virtual, os cientistas tinham feito a experiência da recompensa com objetos realmente palpáveis.

"Todos os parâmetros comportamentais foram muito parecidos", explica Nicolelis.

Passos próximos
O grande objetivo do cientista é fazer com que tetraplégicos recuperem os movimentos do corpo -- um projeto chamado de "Walk Again" ("andar novamente", em inglês). Isso seria feito por meio de um exoesqueleto que envolveria o corpo como uma roupa. O cérebro então enviaria sinais para essa roupa, que comandaria os movimentos do paciente.

Segundo Nicolelis, os membros virtuais -- ou "avatares" -- servem como preparação para a tecnologia futura. "A lógica é a mesma porque esse avatar é parte de um simulador. É um treinamento para o exoesqueleto", explicou.
Não é mais uma questão de saber se vai ou não acontecer; é uma questão de saber quando vai acontecer"
Francisco Rotta, Academia Brasileira de Neurologia

O pesquisador disse que a recente conquista era um "passo essencial" para seguir o projeto. Nos próximos meses, ele acredita que publicará mais pesquisas nesse sentido, mostrando a atuação do tato artificial nos dois braços, nas pernas e, eventualmente, num avatar de corpo inteiro.

‘Grande avanço’
“Pode parecer um pequeno passo, mas é um grande avanço”, afirmou Manoel Jacobson, neurocirurgião do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Se o objetivo de Nicolelis é usar o cérebro para controlar movimentos de objetos externos, o tato é fundamental, ele explicou.

Você, enquanto lê essa reportagem, está segurando o mouse – e não o esmagando – porque conhece o material que o compõe e leva isso em conta, ainda que inconscientemente, na hora de manuseá-lo.

A pesquisa atual representa um tato artificial, mas os neurologistas acreditam que uma importante barreira foi rompida e que o dia em que braços mecânicos ou virtuais poderão tatear vai chegar.

“Não é mais uma questão de saber se vai ou não acontecer; é uma questão de saber quando vai acontecer”, cravou Francisco Rotta, vice-coordenador do departamento de Moléstias Neuromusculares, da Academia Brasileira de Neurologia.

“Eu acho que as aplicações vão muito além só da neurologia”, completou Rotta. Para ele, além do objetivo natural do desenvolvimento de próteses móveis para membros amputados, será possível elaborar novas maneiras de se operar em áreas de risco, como uma usina nuclear após um acidente, sem colocar os trabalhadores em perigo.

Fonte:G1