As religiões muitas vezes transformam suas doutrinas em dogmas incontestáveis e não admitem quaisquer questionamentos. Na história da igreja católica, isto resultou em julgamentos durante a santa inquisição e as consequentes condenações de personalidades como Galileu Galilei e Giordano Bruno. A pena de Galileu foi relativamente leve, ao contrário da pena recebida por Giordano Bruno que, após ter sua língua pregada em madeira, foi queimado vivo.
Na história recente, podemos ver o exemplo de alguns seguidores do islamismo que se tornaram fundamentalistas e promovem alguns atos de violência ou de ameaça contra aqueles que desafiarem a interpretação conferida ao Alcorão.
Mas, infelizmente, a ciência também pode se tornar fundamentalista e, se não condena ninguém à fogueira material, pode condenar a uma fogueira moral. Albert Einstein, quando tomou contato com as conseqüências da física quântica, cujos fundamentos havia ajudado a construir, reagiu criando experimentos mentais na tentativa de demonstrar o desacerto das idéias que surgiam. Ele, que fora rebelde e revolucionário, recusava-se a aceitar os novos conceitos. Fazendo uma autocrítica, quando a física quântica já estava consolidada, declarou que “como punição do meu desprezo pela autoridade, o destino fez de mim uma autoridade”. Einstein era elegante e tentava refutar as idéias inovadoras com argumentos. Mas outros cientistas reagiram com muita fúria, desprezo ou incredulidade.
Um cientista da atualidade, o português João Magueijo, conta no livro “Mais Rápido que a Velocidade da Luz” a reação da comunidade científica à sua idéia de que a velocidade da luz poderia ser variável. A invariabilidade da velocidade da luz foi um dos dogmas científicos surgidos da autoridade de Einstein.
“Nos meses que se seguiram, as reações das pessoas a quem apresentei a minha ideia foram sempre as mesmas: ou sacudiam a cabeça, na melhor das hipóteses, dizendo ‘fique quieto e não seja tolo!’, ou, na pior, comportando-se de forma muito britânica, evitando exprimir qualquer opinião por ‘não saberem muito do assunto’. Embora nos seis anos anteriores eu tivesse apresentado mais do que a minha conta de idéias excêntricas, nunca tinha deparado com reações como aquelas. Quando comecei a chamar minha idéia de VSL (variable speed of light, ou velocidade da luz variável), alguém sugeriu que as iniciais queriam dizer ‘very silly’ (disparate).”
Magueijo mostra-se conformado com esta resistência dos cientistas as novas idéias, dizendo que a ciência é assim mesmo, mas quase desistiu de seguir em frente com sua teoria, como confessa no livro.
Embora Magueijo tenha superado a resistência inicial e hoje suas ideias sejam discutidas seriamente, outras teorias encontram tanta resistência que simplesmente não são aceitas no meio acadêmico nem como discussão inicial.
Um dos temas em que a ciência tornou-se mais fundamentalista provavelmente é o da evolução humana. É bem verdade que o próprio Darwin também encontrou muita resistência quando apresentou suas teorias, foi ridicularizado e ameaçado. Mas depois suas idéias foram tão aceitas que não há mais espaço para contestação. É nesse momento que uma teoria se transforma num dogma.
Eu acredito que o ser humano atual evoluiu de outras espécies e é aparentado com as espécies modernas. Basta observar o esqueleto de qualquer vertebrado para ver as semelhanças entre nossos ossos e os deles. Desde um rato até uma baleia, passando por répteis e peixes, cada seguimento de osso encontra seu correspondente de uma espécie para outra. Mas as provas a respeito do caminho desta evolução estão cheias de falhas.
Michael A. Cremo e Richard L. Thompson, no livro “A História Secreta da Raça Humana”, mostram muitas dessas falhas que, se não são capazes de derrubar a aplicação da teoria da evolução para seres humanos, mesmo porque neste livro não se oferece uma teoria alternativa, certamente demonstram com bastante credibilidade que esta precisa ser revista. Na verdade, a metodologia de análise das provas fósseis e outros meios de prova parece ter sido moldada especialmente para fundamentar a teoria dominante. Qualquer um que desafie este sistema fechado põe em risco sua carreira e reputação. Nas palavras dos próprios autores “estamos falando de um processo social contínuo de filtragem de conhecimentos que parece bastante inócuo, mas tem um efeito cumulativo importante. Certas categorias de evidência simplesmente desaparecem de vista, algo que, em nossa opinião, não é justificável.(…) Há, na comunidade científica, um filtro de conhecimento que impede a divulgação de evidências malvistas. Esse processo de filtragem existe há mais de um século, e continua até os dias de hoje.”
A grande coleção de indícios que compõem o livro traz uma possibilidade realmente diferente do que se aceita como verdade atualmente. O homem moderno pode estar na Terra há muito mais tempo que se pressupõe. Pode estar há milhões de anos. Essa não é uma verdade conclusiva no livro, é uma possibilidade. Assim como a teoria aceita como verdadeira também não passa disso.
Link para download de uma entrevista com Michael Cremo em Brasília:http://www.pandavas.org.br/mp3/Drutakarma.mp3
(por cogitamundo)
Creio no mundo como num malmequer, Porque o vejo. Mas não penso nele Porque pensar é não compreender... O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... Eu não tenho filosofia; tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe por que ama, nem o que é amar... Fernando Pessoa
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Esse assunto é bastante polêmico. Sabe-se que entre o macaco e a primeira "aparição" do Homo sapiens existe um lapso, ou melhor dizendo, um elo perdido inexplicável até o momento, já que animais não mudam de espécie, eles apenas se adaptam às condições, sofrendo assim mutações genéticas para que se adequem às evoluções climáticas e orgânicas,por exemplo. O que houve na evolução proposta por Darwin foi uma mudança de espécie, apesar de compartilharmos 99% de material genético com os símios, somos uma outra espécie, geneticamente modificada. O que resta saber é:_Quem fez essa alteração genética? Por quê? Como isso foi feito em um passado remoto?
ResponderExcluirAs teorias sobre esse tema serão discutidas nas próximas postagens.